No teaser de trabalho do Thiago Lunar formação trio, eu trouxe um kit e uma concepção musical que atendesse as demandas dos ritmos brasileiros, principalmente nordestinos, tocados nessa formação incomum: violão, voz, bateria/percussão e sanfona. Mas não foi algo que simplesmente surgiu pra atender esse demanda...
Eu adoro os ritmos brasileiros e sempre foi o meu maior foco no estudo do meu instrumento. Ritmos como samba, maracatu, baião, ijexá dentre muitos outros foram desenvolvidos independentemente do desenvolvimento do instrumento bateria. Ou seja: nenhum deles precisa da bateria para serem tocados e para que os gêneros musicais e culturais se manifestem.
Então quando se toca um ritmo desses na bateria, na verdade estamos fazendo uma adaptação ou “traduzindo” para os timbres disponíveis na bateria. Então porque não trazer alguns instrumentos desses ritmos e incorporá-los ao kit e/ou incorporá-los a maneira de se tocar?
O trabalho do Marcio Bahia (sou muito fã!) como baterista de inúmeros projetos, e sempre usando no mínimo um tamborim no seu kit, também me inspirou muito a fazer essas adições. Aos poucos, fui adicionando instrumentos de percussão ao meu kit e aprendendo a tocar instrumentos de percussão. Isso é muito importante.
Só colocar um tamborim no seu kit não trará necessariamente a ampliação da sua “cabeça percussiva”. Se você só toca bateria e coloca um tamborim, você vai ter um timbre novo sem dúvida, mas usará o tamborim a partir da sua perspectiva de baterista.
Por isso a importância de você tentar vivenciar ao máximo o tamborim por si só: ver um percussionista tocando tamborim, fazer aula de tamborim, tocar só tamborim numa roda de samba, tocar tamborim numa escola de samba (ainda não realizei essa!), enfim. Aí sim poderemos tocar o tamborim que está na bateria com uma intenção de percussionista que teve alguma vivência. Pra coordenar isso com os outros membros e células rítmicas é uma outra conversa!
Isso vale também para instrumentos que não necessariamente vão ser incluídos no seu kit. No meu caso, eu toco muito forró e não tenho uma zabumba no meu kit. Mas eu precisei fazer aula de zabumba, ver zabumbeiros, fazer gigs de forró como zabumbeiro, conversar com quem dança forró sobre a zabumba, vivenciar o máximo possível o forró e a zabumba para poder tocar os ritmos com alguma propriedade.
Então é isso! Adicionar percussão na bateria é muito divertido e engrandecedor musicalmente! O processo não pára!
Se você quiser que eu fale mais desse processo, me segue nas redes sociais e me escreve por lá!
Vamo de música!
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